terça-feira, maio 26, 2009

Pringles perde processo e valor de marca




Jurídico da marca entrou com processo para reclassificar o produto da categoria de batata para aperitivo, o que reduziria os impostos; decisão contrária causou danos à marca




Na semana passada, a Procter & Gamble perdeu uma ação na justiça britânica na qual ela solicitava a mudança de categoria da marca Pringles de batata para aperitivo. Uma das conseqüências dessa ação foi que a Pringles virou motivo de piadas em todo o mundo.
A decisão ocorrida no último dia 20 de maio ganhou repercussão na mídia e nas redes sociais em algumas horas. Muito no Twitter focaram no fato de que apenas 42% de uma Pringle ser de batata, sendo o resto composto por trigo, farinha de milho, gorduras e outros componentes.
A cobertura de mídia incluiu menções em jornais como Guardian, National Public Radio e Barrons Online, este último dizendo que "Uma corte britânica determinada a responder a uma das perguntas mais persistentes do entendimento humano, desde que o homem surgiu dos primatas: O que, afinal, é uma Pringle?"
Apesar de engraçada, essa questão pode fazer uma grande diferença financeira que afeta o marketing também. Como Pringles foi considerada batata, a marca permanece sob uma faixa de impostos de 15% que custa à P&G cerca de US$ 31 milhões anualmente, dinheiro que poderia ajudar a reduzir os preços dos produtos ou ser investido em marketing.
Essas seriam boas razões para argumentar que Pringles não é uma batata. Em um e-mail, uma porta-voz da P&G afirmou que a regulamentação no Reino Unido é complexa: "Muitas empresas em anos recentes tiveram processos para deixar claro o status de taxação para produtos alimentícios", afirmou
Uma das razões pelas quais o caso teve tanta repercussão nas mídias sociais, diz ela, é que a marca traz muito interesse. "Pringles é uma marca com muitos fãs leais no mundo das redes sociais, com cerca de 2,8 milhões de pessoas só no Facebook", afirmou. "Eles têm a rotina de engajar-se em conversas sobre a marca e dividir experiências novas e divertidas".Na verdade, poucas pessoas haviam noticiado quando a P&G ganhou a ação de Pringles na primeira instância no ano passado. Perto da reação de agora, fica claro o crescimento da influência das redes sociais nos últimos 12 meses.Pringles não é a primeira marca a ser atingida por algo que seu departamento jurídico fez. Em 2007, um caso clássico reuniu a Johnson&Johnson acionou a Cruz Vermelha dos Estados Unidos por infringir um acordo de marca registrada ao utilizar o logotipo da cruz. A J&J argumentou que tinha exclusividade sob a marca, desde o século XIX. A corte não acatou.E além disso a empresa enfrentou a fúria da imprensa e dos blogs por ter sugerido a proibição por parte de uma das maiores organizações humanitárias do mundo de utilizar seu logotipo internacionalmente reconhecido. E, por isso, precisou encerrar as férias de alguns de seus relações públicas e assessores para ajudar a apagar o fogo.Da AdAge.

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