quinta-feira, maio 27, 2010

Movimento dos sem-namorados


Pelo segundo ano, está no ar o Movimento dos Sem- Namorados, uma ideia do site de relacionamento ParPerfeito. A experiência do ano passado deu tão certo, que os organizadores querem repeti-la com aumento significativo de adesões. Funciona assim: um mês antes do Dia dos Namorados, portanto desde o dia 12 de maio, entrou em atividade de novo este movimento, que tem um site específico, e que convida homens e mulheres sem parceiros para um ato público em São Paulo e outro no Rio. No ano passado, as duas manifestações reuniram cerca de 3,5 mil pessoas. Este ano, são esperadas muitas mais. Pelo menos o dobro. O intuito principal é que estas pessoas solitárias possam passar o Dia dos Namorados acompanhadas.

Na verdade, trata-se de um protesto, bem humorado e divertido, contra a dificuldade destas pessoas de encontrarem um par, seja ele de que sexo for. E não é pouca gente no Brasil. O último censo do IBGE, de 2000, portanto bastante desatualizado, levantou mais de 74 milhões de solteiros no País. É gente de montão. Espero que não atendam todos ao mesmo tempo ao chamado do ParPerfeito...

Em São Paulo, o Movimento Sem Namorados está programando a manifestação para o sábado, dia 29 de maio, no Parque do Ibirapuera. A concentração será na Arena de Eventos, próxima ao Portão 10, que fica em frente à Assembleia, às 14h. No Rio de Janeiro, a passeata será no domingo, dia 30, na Praia de Copacabana. Os participantes se reunirão às 14h, no Posto 6, e seguirão em direção ao Posto 4. Nas duas cidades, os encontros serão embalados por uma banda que tocará sambas, marchinhas e música romântica. E haverá brincadeiras para quebrar o gelo e aproximar as pessoas.
Conversei com Clarissa Assumpão, gerente de Desenvolvimento de Negócios do Match LatAm, o braço brasileiro de uma multinacional de comunicação, formada da junção da americana Match com a francesa Meetic, com sede do Rio, e que tem vários produtos na internet na área de relacionamentos: o ParPerfeito, o G Encontros, para o universo gay, e o DinivoAmor, para o mundo evangélico. Em todos, o conceito é que as pessoas encontrem seus pares.

Clarissa conta que o ParPerfeito já tem dez anos e cerca de 21 milhões de usuários cadastrados. De lá surgiu a ideia do Movimento dos Sem Namorados, que não foi copiada de nada que exista fora. Pelo contrário. O resultado do movimento do ano passado foi levado para o Match internacional, onde fez o maior sucesso, embora ainda não tenha sido replicado fora do País.
O movimento tem um site, que fica no ar o ano inteiro, mas que é ativado a partir do mês anterior ao Dia dos Namorados. E onde este ano foram adicionadas duas novidades: uma área para protestos, reclamações pelo estado de solidão, postados online, e outra área que dá dicas para que os usuários montem um movimento em suas cidades.

Se o esforço dá certo? Até que dá. No ano passado foram formados 53 novos casais entre os movimentos do Rio e São Paulo. Muitos até escreveram depois para o site para agradecer. Perguntei a Clarissa se o site oferece uma tribuna para debates sobre o porquê de haver tantos solteiros no Brasil. Ela conta que não há esta preocupação, já que os usuários são muito empenhados e focados, e querem apenas encontrar seu par. E, pasmem, há mais homens interessados nisso que mulheres. Mesmo em número equilibrado - 51% eles e 49% elas - os moços solitários parecem mais aflitos. Levando em conta que há um pouco mais de mulheres do que homens no Brasil, segundo os censos mais recentes, a posição dos homens, relativamente, fica aumentada.

Me pergunto se tem alguém aproveitando todos estes dados levantados por estas iniciativas dos sites de relacionamento, para traçar o perfil desta nova sociedade pós-internet. Porque tudo o que a gente sabia e pensava não vale mais.

De qualquer maneira, torço para que todos estes solitários à procura de formar um casal se dêem bem e encontrem se não o par que sonharam, porque às vezes as exigências são altas demais, pelo menos alguém que os surpreenda, os desconcerte, e com isso, os seduza.

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