domingo, abril 29, 2007

Fazer Amor



Fazer amor é pisar na eternidade...

Fazer amor é coisa séria demais...

Não basta um corpo e outro corpo misturados num desejo insosso

Desses que dão feito fome trivial nascida da gula descuida da aplacada

Sem zelo

Sem composturas, sem respeito

Atendendo exclusivamente a voracidade do apetite.

Fazer amor é percorrer as trilhas da alma uma alma

Tateando outra alma

Desvendando véus

Descobrindo profundezas

Penetrando nos escondidos

Sem pressa ... com delicadeza.

Porque alma

Tem textura de cristal

Deve ser tocada nas levezas

Apalpada com amaciamentos

Até que o corpo descubra

Cada uma das suas funções.

Quando a descoberta acontece

É que o ato de amor começa.


As mãos deslizam sobre as curvas

Como se tocando nuvens a boca vai acordando e retirando gostos

Provando os sabores

Bebendo a seiva que jorra

Das nascentes escorrendo em dons.

É o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.

Fazer amor é Ressurreição!

É nascer de novo!


No abraço que aperta sem sufocamentos

No beijo que cala a sede gritante

Na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.

Vale chorar

Vale gemer

Vale gritar

Porque aí já se chegou ao paraíso

E qualquer som há de sair melódico e afinado

Seja grave, agudo, pianinho.

Há de ser sempre o acorde faltante

Qando amantes

Iniciam o milagre do encontro.


Corpos se ajustar

Almas matizaram.

Fez-se o Êxtase!

É o instante da Paz

É a escritura da serenidade

E os amantes em assunção pisam eternidades!

FAZER AMOR!

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